Começo minha coluna falando isso porque quero mostrar que não fui um jovem guarnecido dentro de casa. Até fui, mas aos 12 anos me desvincilhei. Não condeno meu pais, pois eles queriam o melhor pra mim e fizeram o melhor por mim e sou grato por isso. Hoje, aos 30 anos, eu penso e até me sinto mal pelo transtorno que causei. Penso que poderia ter feito as mesmas coisas sem ter estressado meus velhos tanto quanto eu estressei. É uma pena que não pensamos assim na juventude.
A juventude é engraçada. Cada dia pode ser o último, cada festa pode ser histórica, cada menina poder ser a mulher da vida e a vida é curta demais para planejamentos. A escola é uma chatice, os pais não nos entendem, dinheiro é capitalismo e amizade é eterna.
Hoje em dia eu tenho certeza que a amizade é eterna e a vida realmente é curta, mas a escola não era uma chatice, o capitalismo nos move e ainda temos muito tempo para planejamentos.
Planejamentos. Planejo tanto. Quando adolescente, não planejava nada. Eu tinha certeza que seria uma estrela do rock. Não tinha dúvida, portanto, não precisava planejar.O tempo não existia.
O tempo. Antes eu tinha uma tarde, e ela durava tanto. Hoje eu passo uma tarde em um escritório, e eu preciso de muitas tardes para completar uma tarefa.
Tarefas. Antes eu tinha tarefas da escola. Nunca fazia. Não me interessava, pois na minha cabeça de girino, nunca usaria nada daquilo pra nada e eu tinha horas e mais horas livre para faze-las...
Horas livre são dádivas.
O que mudou? Nós? O mundo? Os dois?
Eu sou nostálgico. Lembrar daquele tempo me traz sentimentos contrários. Tristeza por ter passado, e alegria por ter passado por aquele momento.
Nossa vida hoje é diferente. Não é ruim. Envelhecemos. Continuaremos á envelhecer e lembraremos do hoje com saudade.
Boa noite amigos, amanhã mais um dia nascerá e mais um capitulo de nossa história será escrita.